segunda-feira, 4 de junho de 2012

AGORA É NA PONTA DOS DEDOS



 
 
Uma revolução está em curso no mundo dos aparelhos eletrônicos de uso pessoal. Na nova era que se anuncia, os botões do celular, do tocador de MP3 e do controle remoto, e em muitos casos o teclado e o mouse do computador, serão substituídos por simples toques com os dedos numa tela. Uma forma rudimentar dessa tecnologia, conhecida em inglês como touch screen, é utilizada há tempos em caixas eletrônicos de bancos. Agora, aperfeiçoada em laboratórios de pesquisa, a tecnologia mais se assemelha àquela usada no telão do filme Minority Report – A Nova Lei, no qual o ator Tom Cruise manipula imagens em 3D com as mãos. O sistema touch screen promete causar enorme impacto na forma como as pessoas se relacionam com seus aparelhos. Ele é a grande estrela do iPhone, o telefone celular apresentado pela Apple um mês atrás. O iPhone, além de fazer chamadas e acessar a internet, também funciona como tocador de MP3. Caso fosse dotado de botões convencionais, seria preciso um punhado deles para ter acesso a essas funções. Com o touch screen, basta selecionar a tela correspondente à função desejada e efetuar os comandos com os dedos. Outras funções, como jogos, podem ser agregadas ao celular através de downloads, e as telas para utilizá-las virão junto.
O iPhone não é pioneiro no sistema touch screen, mas o alarde em torno de seu lançamento ajudou a chamar atenção para uma nova geração de aparelhos que o utilizam. Também há um mês, a LG lançou um celular de luxo, que usa o sistema, em parceria com a grife italiana Prada. O modelo, batizado de KE850, oferece recursos equivalentes aos do iPhone e custa 780 dólares. "Os celulares se tornaram uma espécie de canivete suíço digital, com inúmeras funções espremidas num espaço pequeno e confuso. O sistema touch screen soluciona esse problema", diz Robert Nalesnik, diretor da Broadcom, empresa americana que produz chips. No fim de janeiro, a Hewlett-Packard iniciou as vendas do computador TouchSmart, que permite executar tarefas como movimentar fotografias e escrever apenas movendo os dedos na tela. A empresa vislumbra seu uso como um PC complementar da casa, destinado a ficar na sala ou na cozinha e servir à comunicação entre os membros da família. O teclado e o mouse não se tornarão obsoletos na era do touch screen, mas a nova tecnologia permite que os computadores ofereçam recursos adicionais.
Até mesmo o telão futurista do filme de Tom Cruise já se tornou realidade no laboratório do pesquisador americano Jeff Han, da Universidade de Nova York. Han desenvolveu uma tecnologia de touch screen que possibilita a manipulação de imagens, numa tela de 2 metros de comprimento, por várias pessoas – mais de vinte dedos – ao mesmo tempo. A um simples toque é possível ampliar o trecho de um mapa, ou organizar várias fotografias, ampliando ou reduzindo cada uma delas. O sistema de Han despertou o interesse do Exército americano, e, há um mês, o pesquisador lançou sua própria empresa, a Perceptive Pixel, para vender o produto. O pesquisador conta que, depois do lançamento do iPhone, recebeu ligações de produtores de Hollywood interessados em seu invento para organizar e editar cenas de filmes. É questão de tempo para que o touch screen se torne um recurso comum no dia-a-dia.


Uma nova geração de aparelhos eletrônicos
funciona com apenas um toque na tela

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